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Nota de denúncia contra a fraude eleitoral em Honduras e solidariedade ao povo hondurenho

Publicado por Orestes Eugellés Mena

A organização Consulta Popular se solidariza com o povo e com os movimentos populares de Honduras que, neste momento, denunciam a fraude contra o candidato Salvador Nasralla, da “Aliança de Oposição contra a Ditadura”.

 

Desde o dia 26 de novembro, o processo eleitoral no país é marcado por irregularidades. Durante a contagem de votos, Nasralla estava cinco pontos à frente de Juan Hernández, herdeiro do golpe de 2009 e atual presidente.

 

Então, o Tribunal Supremo Eleitoral fica por longo tempo sem divulgar as apurações e, quando volta da “pane no sistema”, Henández está à frente por menos de um por cento dos votos.

 

Honduras é um país marcado pelo golpe de Estado de 2009, que retirou o presidente Manuel Zelaya do poder, sob orientação dos EUA. O principal motivo, à época? O temor pela participação popular em um processo Constituinte foi o estopim.

 

Zelaya propôs uma consulta ao povo para incluir nova questão nas eleições daquele ano. O novo item seria a aprovação popular de uma constituinte para o ano seguinte. O exército se recusa a colaborar e na manhã de 28 de junho dá o golpe.

 

O então presidente também foi derrubado por ter aumentado salários, garantido a seguridade social e ter aderido à Alternativa Bolivariana para as Américas (Alba), entre outras medidas, diminuindo a dependência daquele país.

 

Os golpes na sequência, em nosso continente, contra Fernando Lugo, no Paraguai (2012), e contra Dilma Rousseff, no Brasil (2016), revelam que nesse momento o imperialismo, o oligopólio da mídia e as oligarquias do continente querem aplicar o programa neoliberal com toda a força.

 

Nossa convocatória é pela resistência e pela luta, no solo de Honduras e em cada país do continente. É preciso que cerremos fileiras em defesa da democracia e da soberania. Exigimos recontagem imediata dos votos e o respeito à decisão popular no país!

 

A medida do governo golpista de Honduras de aplicar o estado de exceção é um alerta de como as elites não estão dispostas a ceder e usarão de violência e fraude para manter-se no poder.

 

Em memória de Berta Cáceres e tantos outros lutadores e lutadoras que tombaram, resistiremos!

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